Quando você cruzou meu caminho, eu era apenas uma menina.
Uma menina ingênua, cheia de medos, inseguranças...
Na sua partida, permaneceu em mim a raiva da indiferença, da
não compreensão.
Hoje eu olho para trás e suspiro, aliviada, por tudo o que
aconteceu. Da forma como aconteceu. Das cicatrizes no coração, das palavras
amargas e das promessas ingratas.
Ali tinha crescimento. Tinha maturidade. Tinha cura.
E eu só fui perceber isso depois.
Depois de me tornar mulher. De entender meu lugar no mundo. De abandonar um pouco os grandes medos de menina.
Depois de me tornar mulher. De entender meu lugar no mundo. De abandonar um pouco os grandes medos de menina.
Hoje meu maior desejo é olhar no fundo dos seus olhos e
agradecer por ter partido. Por ter me ferido, mesmo sem querer. Hoje eu olho
para essas cicatrizes no meu coração e me sinto tão forte, tão viva.
Hoje eu honro a sua existência. Hoje eu entendo a sua
importância. Eu cansei de odiar de você.
Não cabe mais ódio nesse lugar, que já nutriu tanto amor.
Prefiro amar a sua lembrança. O pouco que restou dela.